Reabilitação em DTM

A Odontologia atual oferece diversas alternativas no campo da  Reabilitação Oral de pacientes que buscam a recuperação funcional e estética de seu sorriso. Independentemente das soluções adotadas pelo protesista à frente do caso, a análise dos aspectos oclusais será sempre uma importante etapa de seu trabalho.

No entanto, antes do início de qualquer tratamento reabilitador, o profissional deverá efetuar uma avaliação clínica das condições do aparelho mastigatório do paciente, a fim de identificar sinais ou sintomas de possíveis disfunções temporomandibulares (DTMs).

Essa avaliação, que deveria preceder qualquer tipo de tratamento odontológico, é importante por diversos motivos. Para o protesista, é fundamental por informar se o posicionamento da mandíbula em relação à maxila foi alterado por uma DTM. Além disso, o paciente diagnosticado no tempo correto pode receber o tratamento adequado e as devidas precauções, evitando o agravamento dos sintomas.

Por muitos anos, acreditou-se que fatores oclusais eram os principais responsáveis pelo surgimento das DTMs. Estudos mais recentes, no entanto, demonstram que menos de 10% dos casos têm essa origem. “O cirurgião-dentista tende a buscar uma explicação anatômica para justificar a existência da DTM. Ainda hoje, é um equívoco frequente acreditar que a dor é provocada pela falta de dentes. Então, o dentista imagina que precisa reabilitar o paciente para resolver o problema”,

Hoje sabe-se que, assim como as interferências oclusais, os problemas articulares representam apenas 10% dos casos de DTM.

Dessa forma, o principal fator responsável pelos quadros de desenvolvimento da doença, com 80% das ocorrências, tem origem muscular.

É muito importante que a avaliação de sinais e sintomas de DTM no paciente seja realizada previamente a qualquer procedimento para a confecção de uma prótese. Como já foi dito, é preciso considerar que a existência de uma disfunção pode alterar os registros oclusais dos pacientes.

O exame clínico funcional de rotina consiste na avaliação dos movimentos mandibulares, na palpação das articulações temporomandibulares e dos músculos masseter e temporal. Sugere-se que o paciente deva ser avisado sobre o que será feito e a razão do procedimento, pois o exame consiste na avaliação de áreas que o paciente muitas vezes não relaciona ao exame clínico dentário.

É preciso deixar claro que a eventual presença de algum sinal ou sintoma não significa que aquele paciente necessariamente esteja desenvolvendo uma a DTM. Os ruídos articulares, por exemplo, estão presentes em cerca de 30% da população mundial e não determinam que todas essas pessoas possuem DTM.

Os profissionais da área de DTM e Dor Orofacial costumam contar com alguns instrumentos auxiliares para o diagnóstico da doença. O Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (DC/TMD) é o mais utilizado internacionalmente para este fim, sendo adotado inclusive com grande penetração no meio acadêmico.

Controle e tratamento

Muitas das DTMs ainda são de origem desconhecida, o que força os profissionais da área a se concentrarem no controle dos sintomas decorrentes da doença. Grande parte das condutas poderiam ser conduzidas por qualquer profissional de Odontologia. A termoterapia, por exemplo, aplicada na região dolorida 30 minutos por dia, pode ser aplicada em muitos casos. O importante é não fazer nada irreversível ao paciente com dor.

Grande  parte dos problemas enfrentados pelos pacientes pode ser resolvida com orientação em relação à mudança de hábitos, como o apertamento diurno, postura, gomas de mascar, roer unhas, melhora do sono etc. Os profissionais da área também contam com alternativas que podem ser empregadas em casos específicos, como as placas oclusais, farmacoterapia, fisioterapia, terapia cognitiva comportamental, infiltrações de ATM e agulhamento de musculatura dolorida e pontos de gatilho.